Nego Drama

quinta-feira, 21 de março de 2024

Dia Contra Todas as Discriminações e o Compromisso do Movimento Negro

 Hoje, celebramos e refletimos sobre o Dia Contra Todas as Discriminações, uma data de importância ímpar no calendário do Movimento Negro e de todas as lutas por igualdade e justiça social. Este dia não apenas nos convida a lembrar das batalhas travadas, mas também a renovar nosso compromisso em erradicar todas as formas de discriminação, seja ela baseada em raça, etnia, gênero, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica.






Historicamente, o dia 21 de março carrega múltiplos significados. Ele marca não só o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, estabelecido pela ONU em memória do massacre de Sharpeville, na África do Sul, em 1960, mas também o início da estação da primavera no hemisfério norte, simbolizando o renascimento, a esperança e a renovação.



Neste dia, é fundamental lembrar que a luta contra todas as formas de discriminação é uma jornada contínua, que requer não apenas conscientização, mas também ações concretas. A discriminação persiste em nossas sociedades de maneiras sutis e sistemáticas, privando indivíduos e comunidades de oportunidades, dignidade e igualdade. É nosso dever coletivo desafiar essas estruturas opressivas e trabalhar em prol de um mundo onde todos sejam tratados com respeito e justiça.



O Movimento Negro desempenha um papel crucial nessa luta, destacando as injustiças, promovendo a educação antirracista, defendendo políticas públicas inclusivas e empoderando comunidades marginalizadas. É através da solidariedade, da união e do ativismo que podemos criar mudanças significativas e duradouras em direção a uma sociedade verdadeiramente igualitária.

No entanto, nossa luta não é apenas contra as manifestações explícitas de discriminação, mas também contra as estruturas e sistemas que perpetuam a desigualdade. Isso inclui o combate ao racismo institucional, à segregação socioeconômica, à violência policial, ao acesso desigual à educação e oportunidades de emprego, entre outros desafios enfrentados pelas comunidades negras e minoritárias em todo o mundo.


À medida que celebramos o Dia Contra Todas as Discriminações, renovamos nosso compromisso em construir um futuro onde todas as pessoas sejam valorizadas e respeitadas independentemente de sua origem ou identidade. Juntos, podemos transformar nossa visão de justiça em realidade e criar um mundo onde a diversidade seja não apenas tolerada, mas verdadeiramente celebrada.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Um lanceiro Negro imprescindível foi ao Orum

Um Lanceiro Negro imprescindível foi ao Orum Quando um imprescindível se vai, o solo da luta é irrigado pelo sangue de um lanceiro. No dia 02 de outubro de 2022 perdemos uma referência, deixamos de ouvir a voz grave, o sorriso largo, o abraço afável, aquele “abraço de urso”. Perdemos a postura dos resistentes, a defesa dos que menos podem, a postura de retidão moral, ética e de respeito. Elton Lemos se foi. O “Nego Elton”, o “homem bomba”, o “boca de conflito”. Aquele coração enorme, gigante, descomunal, parou. Talvez tenha descansado, pois na luta ele apanhou muito, apanhou, inclusive, mais do que bateu, vergou, mas nunca caiu. O nosso amigo Elton, infelizmente, foi ao Orum, foi encontrar-se com a ancestralidade, com o amor ágape dos nossos mais velhos. Militante histórico em defesa da negritude pelotense. Professor com rara habilidade no trato com estudantes, terapeuta ocupacional que cativou pelo cuidado, pela atenção e profissionalismo. Elton encarnava o conceito de Amigo, sempre disposto a ouvir, sempre teve uma palavra de afeto, sempre acolheu. Gritou contra as injustiças e foi um injustiçado. Mas nunca, em hipótese alguma, deixou de ter posição. Com o Elton aprendemos que nem sempre a docilidade era a alternativa possível. Entendemos que a pressão pela ação é um motivador eficaz. O “homem bomba” sempre teve o que dizer, pois sabia o que falar. Nunca fugiu do confronto, criado na vila, forjado no barro, talhado na luta, este era o negão Elton. Chorão, afetuoso, invocado, amável e afável, que baita amigo foste. E mesmo quando discordamos, quando não nos entendemos foi a tua paciência que sustentou nossa amizade. Perdemos um gigante descomunal, de um amor fraternal, de um afeto ímpar. És e foste um grande pai, um companheiro leal, um amigo sem igual. Que bom podermos compartilhar a tua amizade, a tua ranzinzice, o teu humor ácido, a tua risada escancarada, o teu olhar doce e cheio de afeto. Na última vez que nos vimos tu falaste do meu sorriso, da minha felicidade. E eu fiquei orgulhoso pela tua sensibilidade. Hoje, nos despedimos. Com uma dor indescritível escrevo esse texto, na certeza, irmão, que tu te encontras com os que já se foram. Camilla leu um texto agora, que me fez mais uma vez pensar em ti, transformaste dificuldade em sucesso e felicidade e nós fomos muito felizes ao teu lado. Obrigado meu amigo, por tanto, obrigado por tudo. 4P, Eu quero ver quando Zumbi voltar......... Por/ André Luis Pereira

domingo, 31 de julho de 2022

II Encontro de Negras e Negros de Pelotas

 Neste último sábado dia 30 de julho, Pelotas teve mais um Encontro de Negras e Negros, onde foram discutidas várias temáticas, dentre elas, Segurança, Cultura, Saúde da população Negra, Quilombos, Geração de Trabalho e Renda, Direito a Cidade , Religiosidade e Educação. O tema desse ano foi, O Feminino na Construção da Negra Pelotas.


Mapa do Trombone



A abertura foi um momento solene com Mapa do Trombone e  com entrega de lembranças alusiva ao dia da Mulher Negra-Latino Americana, as homenageadas foram a Dna Maria Agostinha Barros Goulart e Gilda Maria Macedo Alves, teve mais duas homenageadas, mas por motivos de saúde não puderam estar no local, foram elas Dna Maria Batista e Profª Ivete Oliveira da Silva.


Homenageadas Dna Maria Goulart e Gilda Alves


As 12:00 o intervalo para o almoço que foi feito pela galera do Canto de Conexão, a tarde voltaram as discussões nas mesas temáticas e apresentação para o público das resoluções.

Canto de Conexão


Devido ao adiantado da hora e questionamentos de alguns participantes, o documento vai ser encerrado em 7 dias e entrega para a sociedade .....


segunda-feira, 27 de junho de 2022

Moção de Apoio e reconhecimento ao Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão Ao Coletivo Representante da Ocupação Canto de Conexão

Comissão de Reestruturação do

Conselho Municipal para o

Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pelotas


Moção de Apoio e reconhecimento ao Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão

Ao Coletivo Representante da Ocupação Canto de Conexão



Pelotas 27 de junho de 2022.


Um dos principais resultados do modelo de exploração do trabalho escravo no Brasil e que guarda suas raízes, até hoje, imbricadas na sociedade brasileira é a incapacidade de acesso à terra, moradia e vida digna por parte da população negra. É verdade que a maioria da população negra pertence aos segmentos mais frágeis da estrutura social, mas o fato é que essa população apresenta dificuldades adicionais que tendem a se reproduzir ao longo do tempo. O futuro dos negros e negras está também associado à evolução política e estrutural da sociedade brasileira como um todo, mas existem formas particulares de discriminação, que se relacionam, por exemplo, à distribuição geográfica dos negros e às dificuldades de acesso ao trabalho, à educação, à saúde e direito à terra.

Segundo Abdias do Nascimento (1980) no Brasil são os quilombos, as principais organizações sociais, que fazem dos referenciais africanos, parte de seu arranjo estrutural enquanto sociedade. Diante de uma realidade histórica e social que desqualifica o povo preto como cidadão, surge a necessidade da população negra de defender sua sobrevivência e assegurar sua existência enquanto ser.

Em uma cidade marcada, de forma definitiva, pelas consequências da escravidão, o Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão é um espaço de embate e enfrentamento a um modelo de espoliação imobiliária e de abuso do poder econômico que demarca os espaços acessíveis e inacessíveis à população negra do município. Encravado no centro da cidade, na região de maior fruição intelectual do município, o Kilombo Urbano tem como objetivo superar as consequências contemporâneas do período escravocrata em toda a América Latina. Para além de uma sociedade baseada em um sistema social oriundo dos referenciais culturais africanos, a ocupação apresenta-se como um projeto coletivo de sociedade.

Não interessa mais àquela forma alternativa de organização social uma adaptação aos moldes da sociedade capitalista hierarquizada. Pois é evidente que no escopo das ações do Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão está a reconstrução e a recontagem da história do povo Preto da metade sul do Rio Grande do Sul a partir de um novo paradigma de civilizatório, ancorado na perspectiva de uma sociedade justa e igualitária.

Sendo assim, esta Comissão se solidariza com a defesa da permanência do Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão na estrutura que hoje ocupa. Considerando a realidade evidente de que o Kilombo rompe com as lógicas de segregação e desigualdade e propõe alternativas de sociabilidade que propiciam que as pessoas que ali encontram acolhida possam retomar o sentido da noção de vida digna. E isso não se resume apenas ao trabalho de caridade ou voluntariado, mas também a disposição para refletir sobre o direito à cidade. A cidade precisa ser um espaço de uso coletivo, racional e equânime. O Kilombo tem esse modelo por princípio e vem demonstrando nestes anos de atuação que é possível fazer desta lógica uma forma estrutural de aproveitamento da cidade.

Cabe ainda salientar que é na franja de ausência do Estado, como ente catalisador das demandas da população mais carente das cidades, em geral pessoas não brancas, que modelos de organização como Kilombo Urbano encontram eco e ressonância em outras partes do mundo. Haja visto que tem sido objeto de pesquisa, análise e reconhecimento de organismos internacionais que pleiteiam e valorizam o respeito ao uso racional da terra, do espaço e da cidade.

Desta forma, esta Comissão que tem por intuito reforçar e reestruturar o Conselho para o Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pelotas, defende as posições orientadas pelo Kilombo Urbano Ocupação Canto de Conexão, assim como soma-se aos demais coletivos na defesa deste espaço e das ações de cunho social e civilizatório, ali desenvolvidas.


Atenciosamente


Comissão de Reestruturação do

Conselho Municipal para o

Desenvolvimento da Comunidade Negra de Pelotas



quinta-feira, 16 de junho de 2022

Problematizando os livros , "Política da Morte e Iguais Por Direito"

 Na última quarta(1506), em iniciativa da Comissão de Igualdade Racial da OAB Pelotas, o jurista, pesquisador e membro da Comissão de reestruturação do Conselho da Comunidade Negra de Pelotas - Dr. Fábio Gonçalves, esteve problematizando os livros “Iguais por Direito?” e “A Política da Morte”. Conforme o autor, as obras foram adaptadas, pois originalmente decorrem de dissertações de mestrado, realizadas na FURG e UFPel. No evento, houve postulações e discussões com lideranças negras locais e regionais, institucionais e da militância social, bem como com os prefaciadores dos títulos. A programação aberta à comunidade, ocorreu no auditório Alcides de Mendonça Lima da OBA/Pelotas.

Dr Fábio Gonçalves 


PROVOCAÇÕES – Fábio Gonçalves pontua que o debate provocou, dentre outros assuntos sobre temas tais como “representatividade, punitividade, justiçamento e cidadania”. A promoção da Comissão da Igualdade Racial da Subseção da OAB em Pelotas teve apoio e contou com a presença de representantes da Comissão Coirmã da Subseção de Rio Grande.

Estiveram participando dos debates sobre as obras. Raquel Sparemberger, pós-doutora e docente na FURG, é a prefaciadora de “Iguais por Direito? – Desigualdade, reparação social e sub-representatividade Negra no Brasil recente” e Bruno Rotta Almeida, pós-doutor e docente na Faculdade de Direito da UFPel, é o autor do prefácio de “A Política da Morte – Questão racial e segurança pública no Brasil recente”, além da indígena - Bacharela em Direito, Pietra Dolamita, dentre outr@s.










AUTOR – Fábio dos Santos Gonçalves preside a Comissão de Igualdade Racial da OAB/Pelotas. Professor e advogado, foi agraciado com a medalha Zumbi dos Palmares pela ALERGS. Na OAB/RS, é um dos mediadores do grupo de estudos Antirracismo da ESA OAB RS. Na UFSC, é doutorando em direito.


quinta-feira, 2 de junho de 2022

Presença Negra do Margs

 A "Presença Negra no MARGS" reúne mais de 200 obras de 70 artistas negros e permanece em exibição até 31 de agosto.

A exposição inédita conta com a curadoria dos pesquisadores Igor Simões , Izis Abreu e Caroline Ferreira e ocupa todo o primeiro andar do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, no Centro Histórico de Porto Alegre RS.

Paulo Corrêa, artista plástico pelotense

 

" É a primeira exposição coletiva de artistas negros" no (@museumargs) , revela (@paulocorrea.artes) Paulo Corrêa, que participa da exposição com a instalação "TERRAGRITA". O artista reconhece a importância da valorização dos artistas negros nesses espaços. Paulo Corrêa iniciou o projeto @terragrita no início da pandemia causada pela COVID-19 " Foi um período difícil para artistas de todas as áreas. Mas aproveitei esse momento para desenvolver experimentos com pigmentos naturais, papelão e outros materiais recicláveis", conta Paulo. Paulo explica que " TERRA GRITA" é composta por várias obras, figuras destroçadas pelo tempo, código binário, que assim como levanta a humanidade na área tecnológica destrói muito rápido quem não está inserido. As catadeiras de papel também estão representadas. E essa coleção traz um alerta para as pessoas sobre o meio ambiente, especialmente a comunidade negra que tem uma relação ancestral com a natureza.

O projeto tem produção e realização da Secretaria de Cultura do RS @sedac_rs, por meio do MARGS e da associação de Amigos do Museu.


Serviço: " Presença Negra no MARGS"

Loca: MARGS Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Praça da Alfândega, s/nº, Centro Histórico de Porto Alegre/RS.

Data: 14 de Maio a 21 de Agosto( de terça a domingo, 10 às 19)
Visitação GRATUÍTA.

FONTE: @revista_conexoes no Instagram 


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Um corpo negro, um homem fardado, um camburão (ou a câmara de gás)


André Luis Pereira


Qualquer pessoa Preta sabe o terror que é imaginar uma abordagem policial, aqui no Sul chamamos “atraque”. Mesmo aqueles e aquelas que nunca passaram por isso conhecem o protocolo: “Mão na cabeça”, “olhar para o chão”, no momento da revista abrir bem as pernas, só responder se perguntado, em hipótese alguma olhar no rosto do sujeito de farda, porque ele tem uma arma na mão e está louco para apertar aquele gatilho. O consórcio firmado entre o bolsonarismo e as forças de segurança pública tem gerado cenários como os vistos no Rio de Janeiro, em Sergipe ou em qualquer lugar desse país onde haja as polícias, militar ou civil, operando. O caso das polícias federais PF e PRF é emblemático. Sócias de primeira hora do atual governo, tem buscado demonstrar lealdade “cega” à barbárie provocada por este projeto de sociedade. É verdade que toda a generalização é burra, e neste caso arriscada, pois há profissionais de segurança pública comprometidos com a justiça e o bem comum. No entanto, no projeto genocida em curso, gente preta, pobre, que mora nas periferias e nas ruas e considerada gente descartável, corpos matáveis, na acepção de Achille Mbembe (necropolítica). Todos os dias, nós, pessoas Pretas, quando saímos de casa temos um alvo fixo preso aos nossos corpos. E não interessa se tem emprego, se tem formação, se é sujeito ou cidadão, sendo Preto é passível do camburão. E o camburão agora foi atualizado. Uma câmara de gás sobre rodas, a atualização da tortura. Mas esse camburão tem seus alvos preferenciais. Se você é Preta ou Preto e anda na rua, independente do seu status social, você é o alvo. Repito, você é o alvo. Duvido que uma ação policial de mesma natureza das perpetradas no RJ e SE, nas periferias, como acontece na maioria das cidades, chegue aos bairros de classe média alta ou mesmo aos condomínios encastelados. Nestes a polícia não chega, porque afinal a casta que domina tais espaços tem a pele alva, como a “brancura da pureza”. Eu não espero nada das polícias além de violência. Temo pelas pessoas que, eventualmente, possam estar comigo num “atraque”, sendo brancas. As pessoas não-negras e de pele clara neste país não têm ideia do trauma que é uma arma de calibre 12” apontada para o seu peito ou seu rosto. Não imaginam por quantos anos a figura, os olhos, a voz do elemento fardado ronda os teus pensamentos. A polícia no Brasil mata e mata muita gente Preta, porque gente Preta é “matável” e “morrível”, no país do racismo cordial e da democracia racial. Porque, afinal, os meios empregados são, no dizer deles: “os mais adequados à contenção e que buscam evitar danos irreversíveis”. Em 2 dias as polícias militares, civis e PRF assassinaram 30 pessoas, em sua maioria Pretas, periféricas, sem possibilidade de defesa. Uma imagem não me sai da cabeça: Todos os dias uma pessoa Preta e outra fardada saem à rua, se se encontrarem a possibilidade da primeira morrer, vítima de ação da segunda é sempre e cada vez maior”. E no final de tudo nós sabemos que ainda vai morrer muita gente Preta, porque afinal, “a carne mais barata do mercado é a carne negra”.

Por: André Luis Pereira

terça-feira, 17 de maio de 2022

Liderança do Movimento Negro é designado para coordenar as ações da Secretaria de assistência social junto a defesa civil e demais órgãos

José Francisco da Luz, liderança do Movimento Negro de Pelotas, foi designado pra coordenar as ações da secretaria de assistência social, junto com a defesa civil e demais aparelhos públicos, fazendo parte do Centro de Comando pra tempestade/ ciclone que está sendo monitorado no estado.

José Francisco da Luz 


Liderados pela defesa civil e corpo de bombeiros, também fazem parte,  Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Qualidade Ambiental , Secretaria de Serviços Urbanos e apoio do Exército Brasileiro.

José Francisco da Luz é: Bacharel em Direito, Pós graduado em Direitos Humanos e Competências do Assistente Social, Ex- discente de Ciências Sociais, Acadêmico em História ex Conselheiro tutelar e servidor de carreira da Secretaria de Assistência Social . 


sábado, 7 de maio de 2022

Movimento Ufpreta se reúne pra tratar das questões raciais na UFPel

Coletivo Ufpreta 



Está acontecendo nesse momento , reunião presencial do coletivo Ufpreta , para tratar das questões raciais na UFPel, visto que nessa quinzena já tiveram dois episódios lamentáveis e que estão se acumulando com outros já ocorridos! 

Em breve mais notícias sobre episódios de racismo na maior universidade do sul do estado do Rio Grande do Sul.


terça-feira, 3 de maio de 2022

Vereador de São Paulo esquece microfone aberto e profere palavras de cunho racista


 Fala de Camilo Cristófaro (PSB), que participava remotamente da sessão da CPI dos Aplicativos, vazou no plenário da Casa. Vereadora Luana Alves (PSOL) afirma que vai acionar Corregedoria contra o colega.

Por Rodrigo Rodrigues e Paola Patriarca, g1 SP — São Paulo

03/05/2022 13h57 Atualizado há 2 minutos


domingo, 1 de maio de 2022

Uma breve reflexão pelo Dia do Trabalhador

Uma breve reflexão pelo Dia do Trabalho

Prof Andre Luis Pereira


P/ Andre Luis Pereira 

Mais um 1° de Maio, mais um Dia do Trabalho. Neste, assim como nos últimos anos, não há muito o que comemorar. As trabalhadoras e os trabalhadores resistem, Brasil e mundo afora. E só resistem porque o trabalho ainda é o liame que pode permitir a produção de uma consciência coletiva. Ainda que o capitalismo, enquanto modo de produção e mecanismo de organização social, busque incessantemente suplantar o trabalho como força motriz de confronto às desigualdades, fato é que o trabalho resiste, porque trabalhadoras e trabalhadores resistem. No caso brasileiro uma peculiaridade deve ser pontuada: o fenômeno trabalho no Brasil origina-se da pior forma de exploração do homem pelo homem, a saber o trabalho escravo. Essa condição produziu e produz desdobramentos até hoje. A desvalorização, a má remuneração, o excessivo número de horas trabalhadas, a desregulamentação, produzida inclusive sob o argumento de que flexibilizar leis e relações trabalhistas geraria mais empregos. Pois bem, seis anos após a reforma 12 milhões estão desempregados, se somarmos a este número trabalhadores/as informais, subempregados e desalentados/as, os dados explicarão por que há no Brasil hoje, aproximadamente, 117 milhões de pessoas em risco de insegurança alimentar. Mais de 20 milhões não sabem o que comerão amanhã. Quando os dados são analisados sob o prisma de gênero e raça a situação é trágica. Mulheres negras estão no grupo mais mal remunerado, de mais baixo reconhecimento social e profissional. Aliás, é o povo negro aquele que mais sente os efeitos da crise imposta pelo capital ao mundo do trabalho. Somos os primeiros a nos confrontar com o desemprego, os últimos a ter condições de retorno, quando isso é possível. Historicamente o trabalho por aqui é desvalorizado tendo por base que ele sequer era remunerado, até o final do século XIX, isso diz muito sobre como se interpreta o trabalho no país hoje. Reitero então, não há o que comemorar. Estamos sob ataque, mas a exigência material tornou-se tão aguda, que hoje antes de lutar pela garantia de direitos, trabalhadoras e trabalhadores têm a legitima preocupação com o já famoso “pão de cada dia”. E é difícil mobilizar, para a coletividade, quando o que está em jogo é a sobrevivência. No entanto, esse 1° de maio nos traz e deixa uma certeza: ou buscamos uma unidade popular, em defesa do trabalho como recurso econômico, como base ideológica e como princípio de organização social, e para isso, destituir os que ocupam o poder político, atualmente, é fundamental. Ou estamos fadados à uberização, ao hiper-individualismo, à ideologia esvaziada do trabalhador precarizado que se supõe o “patrão de si”. No entanto, tenho certeza de que não é a conciliação de classes ou a tentativa dela que vai superará esse cenário. Temos, infelizmente, de tomar “duas doses de benzetacil” a seco em outubro e novembro, mas não podemos renunciar à crítica. Sentar-se com algozes, almoçar com detratores e abraçar traidores não nos faz melhor, ao contrário, demonstra o tamanho da montanha que há a vencer. E este consenso que se busca hoje precisa, a todo momento, ser confrontado com e pela consciência crítica. Que as pessoas precisam comer melhor, voltar a ter poder consumo e vislumbrar alternativas de vida, isso tudo é verdade. Porém, esse projeto de inclusão pelo consumo já foi experimentado e sabemos que ele produz uma cidadania de baixíssima qualidade, se assim não fosse os muitos golpes sofridos nos últimos sete anos não seriam tão efetivos, se ao menos uma consciência de classe tivesse sido desenvolvida. Então, nesse Dia do Trabalho, da Trabalhadora e do Trabalhador eu peço que tenhamos a capacidade de perceber com nitidez a gravidade do quadro que vivemos e do abismo sem fundo que se aproxima. Só assim poderemos, quem sabe, em 2023 revisitar esse textículo, para saber o quanto erramos ou vice-versa. Felicidades, para quem é de comemorar.

sábado, 30 de abril de 2022

Racismo na UFPel

 

Nota de Repúdio do coletivo negro das ciências sociais 


O Coletivo Negro das Ciências Sociais repudia o episódio de racismo institucional que está acontecendo com o estudante negro e estrangeiro da pós-graduação em ciência política da UFPel. O aluno foi contemplado com uma bolsa de mestrado destinada a pessoas negras dentro do programa de ações afirmativas de pós-graduação da Universidade. Atualmente ele reside no Ceará e precisa começar a receber essa bolsa para custear a sua mudança para Pelotas/RS, programada para Agosto de 2022, quando terão início as suas aulas presenciais aqui na UFPel. Ocorre que em março deste ano ele recebeu uma convocação da Universidade para comparecer em Pelotas, em 05 dias, para realizar a banca de heteroidentificação,  sob pena de perder a bolsa. Sem recursos financeiros, desde então ele tem enviado e-mails a vários setores da UFPel, solicitando que sua banca fosse realizada online ou em alguma outra universidade pública no Ceará, ou, ainda, postergada para Agosto/2022 quando terão início as suas aulas presenciais na Universidade,  deixando nítido que não irá deixar de realizar a banca de heteroidentificação, mas devido a sua atual situação financeira, fica inviável sua locomoção a Pelotas somente para fazer a banca. Entretanto, o aluno recebeu como resposta que não seria possível a realização da banca de forma remota pela "possibilidade de manipulação de imagens por meio de filtros" e que existiria uma "determinação superior" vedando esse procedimento,  sem que a Universidade em suas várias manifestações tenha ao menos indicado o  fundamento jurídico onde constaria essa vedação. Mesmo sendo um estudante de fenótipo incontestavelmente negro, a UFPel não atendeu a nenhum de seus apelos, pelo contrário, representantes da Universidade aconselharam que ele "tomasse um crédito" para comprar a passagem e vir a Pelotas somente para fazer a banca, recomendação essa que evidencia a falta de sensibilidade com a situação do estudante,  com os propósitos  reparatórios das políticas de ações afirmativas e, ao mesmo tempo, reforça a cultura de racismo institucional enraizada na UFPel.

Fonte:

https://www.instagram.com/p/Cc_abwGJJ3q/?igshid=MDJmNzVkMjY=

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Será que ainda dá pra esperar ? Quem sabe ter esperança

 ?

Prof Andre Luis Pereira

Será que dá para esperar? Quem sabe ter esperança

A distopia chamada Brasil vive um momento indescritível. Parece estranho, mas o golpe está dado, a norma rompida e o impossível estabelecido. É neste cenário que me pego pensando (mais uma vez) na minha, na nossa condição de pessoas Pretas. Assistimos e assistiremos “Medida Provisória” que de distopia não tem nada, aquele desterro ali ilustrado posto aqui, a nossa repatriação para a África acontece todos os dias. A “nossa” África está nas periferias das grandes cidades, nas comunidades remanescentes de quilombos, no sistema prisional. Àquela África do exótico, da desumanização, aquela metáfora apresentada por Lázaro está aqui. Hoje aqui na Pampaláxia me chamou a atenção a notícia, de que as forças de repressão, Guarda Municipal e Brigada Militar estão no centro da cidade, especialmente no calçadão, para coibir a venda de produtos considerados piratas. Me ocorre que a Prefeitura Municipal de Pelotas ratifica sua posição de defesa dos interesses privados, afinal o “reizinho” da Princesa de Cara Suja, a saber, o tal Renzo, devia estar incomodado com a presença de tantos senegaleses, haitianos e outros grupos vendendo produtos na rua, afinal o projeto econômico da cidade (existe?) não contempla a geração de renda e o estímulo a um processo econômico de base coletivista. Então há que se “higienizar” o centro, para que não se afete o olhar dos senhores do engenho contemporâneo. A outra dimensão deste processo, que me chama a atenção é o silencio ensurdecedor dos legisladores antirracistas da cidade. Onde estão os projetos para a geração de renda aos “irmãos” africanos e haitianos, além é claro, para o povo Preto da periferia da cidade que se orgulha da sua história? Mas esse texto tem outro intuito. Penso no que será necessário para que despertemos sobre a necessidade de ações mais contundentes na luta antirracista? Um estrangeiro (argentino) vem ao país para acompanhar um jogo de futebol, demonstra seu racismo, aliás, histórico naquele país, como aqui. É identificado, detido e temporariamente retido pelas forças de segurança, paga fiança, arbitrada pela redução do crime que se produz considerando o dispositivo legal de responsabilização, definido como injúria racial, que eu classifico como esvaziamento da evidência do crime de racismo, mas no direito brasileiro tudo pode. No mesmo dia, um magistrado julga uma ação que quer censurar um post de uma pessoa em rede social com a frase “Fogo nos racistas” (salve Djonga), o nobre operador do direito impetra o pagamento de multa e obriga, ops.... determina o apagamento do post. Retorno ao filme “Medida Provisória”, as pessoas saem das salas de cinema mexidas, incomodadas e eu me pergunto, o que fazemos com esse incomodo? Com essa náusea? Ouço, leio, sobre esperança, consciência, mudança, mas e aí? O que muda de fato? Será que enquanto permanecermos enquadrados, comportados, “civilizados”, algo mudará? Não advogo a violência, jamais. Mas a verdade é que hoje, no cenário da inexistência do impossível, o meu corpo preto é todo ele a bola central do alvo. Aqueles/as que detém o poder contam com a nossa ausência de reação ou que a nossa reação permaneça no campo discursivo. Quais as ações antirracistas estão sendo de fato executadas, implementadas, acionadas? Tanto no âmbito municipal, estadual e mesmo federal? Antirracismo de ocasião. Discurso e postura de opinião. E mais um pretinho foi morto pelo camburão. Nos diziam “vocês não têm estudo, não leem, são bárbaros”. Fomos à universidade, nos formamos, viramos doutores e doutoras e mudamos. Individualmente mudamos, no plano do mérito pessoal mudamos. Mas a massa segue lá, aqui, perseguida, agredida, exterminada. Quando apontamos, criticamos, cobramos, agora somos revanchistas, recalcados, extremistas. Então eu lhes pergunto: o que fazer? Ou será que esperamos mais um de nós, sofrer, chorar, morrer? Eu tenho sofrido, chorado e morrido, um pouquinho a cada dia, com o racismo que vocês disfarçam, mas que nos seus olhos brilha. 

André Luis Pereira – 27 de abril 2022.

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Notas sobre um homem negro que corre na rua – como o olhar, a desconfiança e a repulsa machucam.

 Notas sobre um homem negro que corre na rua – como o olhar, a desconfiança e a repulsa machucam. 

André Luis Pereira 


Caminho e corro na rua. Desde sempre sou um caminhante. Já escrevi sobre isso aqui há alguns anos. Andar na rua deveria ser algo libertário, romper com as amarras do tempo, do espaço físico de um automóvel ou de qualquer meio de transporte, encerrado em si mesmo. Após dois anos de pandemia tenho tentado retomar o andar na rua, correr de vez em quando, ainda que a trotes. Em Pelotas não existem espaços adequados à corrida de rua. Temos alguns trechos de avenidas ou mesmo a rua, com todos os riscos dela advindos. Tento correr por algumas avenidas da cidade que possuem espaços destinados a transeuntes. Mas me sinto incomodado, pois seja em que horário do dia ou da noite for há sempre a atitude de desconfiança das pessoas. Dia desses, sociólogo que sou ou me pretendo ser, passei a contar o número de pessoas que, quando da minha passagem, tocam seu corpo, seus bolsos, seguram mais firme seus celulares, cochicham com companheiros e companheiras, numa espécie de alerta, de aviso de cuidado. Para uma pessoa negra a suspeição é um amálgama, incrustado na pele, inscrito na tez, tatuado em nossa fronte. Ontem, enquanto corria, me peguei pensando sobre isso e segui analisando a atitude das pessoas. Então passei a me questionar: o que leva a essa atitude preconceituosa? Será a minha barba “hirsuta e branca”? Serão as mais de vinte tatuagens? Será o que me resta de cabelo, desgrenhado pela calvície que se aproxima? Quem sabe os lábios grossos, a cara fechada e o passo batido? Será a roupa, ainda que eu me preocupe em vestir roupas que se aproximem dos praticantes de esporte de rua? Será o suporte de compressão para a panturrilha, que tem doído no pós-treino? Na verdade, creio que seja o somatório desse conjunto de características, aliado a essa verve racista, que opera nas ruas, no cotidiano das pessoas. Ser um homem negro, na dita meia idade – logo aí, se tudo correr bem, chego aos cinquenta anos – que possui um emprego e renda estáveis, que possui uma razoável formação acadêmica, que aprecia livros (bons de preferência), boas bebidas e comidas de qualidade, não me blinda dos olhares, do aperto na bolsa ou no bolso, das palavras e frases entre os dentes. Ser um homem negro, no sul do Brasil, no sul do sul de um dos países mais racistas do mundo, não permite ter esperanças. Por vezes comparo a vida, a atividade na rua, o andar de bicicleta ou simplesmente caminhar, por cá e por Porto Alegre, onde morei muitos anos. E lá, talvez eu seja tão pequeno e comum que me sinta só mais um. Ainda que saibamos que “Ancoradouro Triste”, para parafrasear um querido amigo, também pode ser tão racista, quanto qualquer cidade da “Europa” brasileira, lá a sensação de multidão mascara com mais efeito a percepção do racismo. Mas aqui, na Pampaláxia, os olhares não são mais velados, as pessoas perderam a vergonha e não têm mais nenhum constrangimento em agir e se expor de forma discriminatória. Escrevo tudo isso para dizer que se eu, sujeito negro, ciente da sua negritude e, portanto, com um repertório desenvolvido para lidar com tais situações sofro, choro, me deprimo, me irrito. Fico imaginando o que passa a juventude negra, principal vítima do racismo brasileiro. Como afirmar uma identidade, se o espelho sempre te avisa que tu és o suspeito? Como demonstrar uma identidade positiva, quando o segurança (também negro) no mercado, na loja de conveniências, na agência bancária, faz questão de demonstrar que as pessoas negras estão sob o seu crivo? A isso só é possível responder com resistência, militância, muito, mas muito estudo e com o desejo de construção de uma sociedade antirracista. Em dias tão nebulosos, como os que vivemos hoje, à população negra só cabe a condição de resistir. E ainda que a maioria de nós ainda não tenha consciência de sua condição de pessoas racializadas, nossa responsabilidade, desde sempre é, também, tomar a vanguarda deste processo de construção de uma consciência coletiva, autônoma, justa, engajada e disposta a construir uma sociedade, de fato, antirracista. Na qual eu, minhas filhas, suas filhas e filhos, possam simplesmente andar na rua, sem ter que, a cada dois ou três minutos, responder mentalmente “Eu não sou ladrão, não se preocupe, não vou lhe roubar”. Se por ventura você for uma pessoa branca e leu esse texto até aqui, obrigado, provavelmente você faz parte da solução, sigamos em luta e em frente. 

André Luis Pereira

Abril/2022

A importância da educação na luta antirracista

Hoje pela manhã tivemos a presença de membros da Comissão de Reestruturação do Conselho da Comunidade Negra para tratar da pauta da educação e sua importância na luta antirracista ✊🏾

 

quinta-feira, 7 de abril de 2022

 No Dia da Mulher Moçambicana, artistas negras locais estão em destaque

Por Carlos Cogoy

Talentosas e criativas, elas foram convidadas para o Festival Axitiana – Cultura no Feminismo, que transcorre em Moçambique. Alusivo ao Dia da Mulher Moçambicana, que é celebrado nesta quinta, o evento conta com a participação de mulheres negras pelotenses. O grupo enviou vídeos para a programação 2º Fórum da Mulher Artista, que tem como lema “Mulher ao Desafio do Milênio”. Estão participando Eva Santos – com filha e neta -, do Las3tramas, Luciana Custódio – representa a Feira de Mulheres Empreendedoras Negras e Indígenas (FEMENI) -, cantoras Josi Maciel e Karen Alves, escritora Marielda Barcellos Medeiros, e a coreógrafa Pry Couto, que integra a coordenação do ODARA – Centro de Ação Social, Cultural e Educacional

VÍDEOS – As pelotenses mencionam: “Todas criaram e enviaram seus vídeos, com falas relacionadas à situação da mulher, e também apresentando seus trabalhos. Neste 7 de abril, é comemorado o dia da mulher moçambicana. Assim, estamos celebrando o dia, fazendo a conexão Brasil com Moçambique. Com os vídeos, ressaltamos reflexões necessárias e urgentes, acerca de um mundo no qual as mulheres são violentadas de todas as formas possíveis, sendo mais grave a perda de suas vidas. Não podemos deixar de observar que nosso país está na lista dos países que mais matam mulheres. Houve avanços com as diversas leis de proteção às mulheres mas, na prática cotidiana, não verificamos mudanças nas ações e posturas da sociedade, pois ainda ouvimos frases como ‘Se aconteceu, a culpa também é dela’, entre outras tantas”.

FESTIVAL Axitiana tem debates, música, moda e gastronomia. Organizadores acrescentam: “O Festival Axitiana é um fórum que reflete sobre o contexto no qual a desigualdade de gênero, tem atingido proporções elevadas, refletindo-se em diversas áreas da cultura. E as mulheres têm manifestado por meio da arte, as condições em que estão sujeitas no seio familiar e social. Então, assim foi pensado o Axitiana, ou seja, como um fórum de empoderamento feminino por meio da arte e cultura, bem como enfocando um contexto histórico no qual as mulheres estão cansadas de não terem oportunidades. Da mesma forma, a cultura é um dos principais motores de promoção do desenvolvimento social e intelectual. Porém, encontramos graves carências para a visibilidade ao trabalho das mulheres artistas no país, sendo este um coletivo fundamental para a promoção de valores e identidade local. Além disso, atualmente é difícil a comercialização, o que gera dificuldades para as artistas moçambicanas. Por isso, o Festival Axitiana tem como principal desafio, o empoderamento da mulher na arte, considerando os desafios a curto, médio e longo prazo. Nosso objetivo é que trazer a voz da mulher artista”. Saiba mais, acessando Festival Axitiana nas redes sociais.






quinta-feira, 24 de março de 2022

Live de entrevista sobre o combate ao racista e luta antirracista

No final dessa tarde foi realizada uma live para fomentar a discussão da luta antirracista tendo como proponente Fábio Cossio do canal outras vozes , Andre Pereira professor universitário e Lúcio Oliveira  professor da rede municipal.



 

segunda-feira, 21 de março de 2022

E como combatemos o racismo? A pretexto de mais um 21 de março



Mais um março chegou, um dia 21 presente. O discurso antirracista é aludido a preço de ouro. Mas o que de fato se produz para combater o racismo? Vemos e vivemos na cidade do “faz de conta”. A pauta racial foi encampada por pessoas e grupos que não têm nenhum compromisso com a comunidade negra pelotense. O poder público entrou na onda, eventos, discursos, proselitismos das mais diversas ordens. Mas a população negra continua na periferia, desempregada, usando transporte público de péssima qualidade, mães negras que não dispõem de creches que ofereçam acolhimento e cuidado de seus filhos. Escolas que não cumprem os institutos previstos para a educação antirracista. O sistema de saúde municipal ignora a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Mas que combate ao racismo é esse? Quando se pergunta aos poderes instituídos, a resposta sempre é o silêncio. E por que não há a necessidade de responder? Justamente porque é aceitável que a população negra permaneça onde está, inerte, submissa, desvalorizada e desconsiderada. As manifestações culturais proibidas, limitadas, impedidas. As ações de segurança pública sempre têm um alvo, e a pele desse alvo não é alva. Mas onde estão os bravos “lutadores” pelo antirracismo que perseguem, ameaçam assediam? O combate ao racismo não é e nem pode ser uma matriz discursiva. Ele requer ação. Tenho afirmado e reafirmado, caridade não é política pública. Ver pessoas no município, que se utilizam da carência e da necessidade alheia, a pretexto de defender o antirracismo é, no mínimo, antiético. No entanto quando o debate é monopolizado por um grupo ou pessoa, qualquer frase dita é lida como verdade absoluta. Então, até o momento, não vimos, lemos ou ouvimos nenhuma manifestação dos poderes instituídos por ocasião da efeméride já indicada. Hoje, 21 de março, não é dia de festa ou de comemoração. O racismo não é um tema leve ou mesmo agradável ao trato. No entanto, gritos, ameaças, perseguições e palavras jogadas ao vento, como folhas num outono seco, não nos levarão a nada. A comunidade negra de Pelotas carece de intervenção estatal no sentido de, de fato, perceber a efetivação de políticas que promovam a igualdade racial. O racismo não tem lado, isso é uma verdade absoluta. Porém há lados que se aproveitam das práticas racistas para a autopromoção. Combater o racismo significa a disposição ao diálogo e não a limitação do contraditório. Não é aceitável que se acione o racismo como recurso para benefícios individuais, a pauta antirracista é e precisa sempre ser uma luta de todas as pessoas. Não deve haver espaço para o individualismo, no escopo de uma luta coletiva. Logo, neste 21 de março, mais um, eu lhe peço seja de fato uma pessoa antirracista, inclusive depois que a câmera é desligada. 



André Luis Pereira 

21 de março de 2022.  

terça-feira, 15 de março de 2022

Black Music: Talento Feminino das Djs Vânia & Vanessa

 Elas são gêmeas, nasceram na região do Porto, e há sete anos atuam como DJs


Por Carlos Cogoy



O Hip Hop através de manifestações como o Rap, DJ e grafite, gradativamente tem se habituado com a expansão do protagonismo feminino. Ao invés dos anos noventa, e primeira década deste século, quando as mulheres não eram tão presentes na cultura de rua, atualmente o cenário apresenta uma crescente presença feminina. Em Pelotas, duas irmãs destacam-se como DJs. As gêmeas Vânia e Vanessa Madeira, há sete anos têm se dedicado à black music. Paralelamente às apresentações em diferentes locais e eventos, também desenvolvem atividades profissionais em áreas técnicas. No sábado, as irmãs estarão tocando na inauguração da galeria de arte 4Café – avenida Bento Gonçalves 3.381. A programação terá início às 19h. Contato com as DJs, pode ser feito através do Facebook, acessando Vânia Madeira ou Vanessa Madeira. Já no Instagram: theladyofaniggga; ou @woodvanessa.