Nego Drama

sábado, 21 de fevereiro de 2009

9° Acampamento de Cultura Afro da Região Sul

Data - De 20 a 22 de março de 2009

Local - Galpão Crioulo do Camping

Organização - Vera Lucia Rodrigues Duarte - gd Afro Munjolo

Descrição do evento
- A Associação do Movimento Popular de Cultura Afro - Região Sul/RS, tem o prazer de convidar a participar conosco do “IX Acampamento Regional de Cultura Afro".


Principais objetivos - Resgatar a Cultura Afro Regional, valorizando e estimulando os grupos já existentes; fomentar a integração Cultural entre os municípios da região.

Resgatar a dignidade e a alegria de nossos afro-descendentes junto à sociedade, através da musica, dança, artes plásticas, artesanato, canto, capoeira, culinária, seminários, ferramentas excelentes para nos conduzir à reflexão de nossa realidade, resistência de nossa luta.

Nos últimos anos, a luta dos afro-gaúchos pelo reconhecimento pleno de sua cidadania, cultura e religião avançou significativamente, graças à organização da comunidade afro, juntamente com seguimentos da sociedade, os quais se uniram aos negros na luta contra a discriminação.


Informes:

1) Chegada: 20 de março, a partir das 13h.

2) A Programação será composta de música, dança, painéis, oficinas, apresentações artísticas, desfile afro, lazer e diversão.

3) Recepção e Credenciamento: dia 20, a partir das 13 horas.

4) Trazer: material para café, barraca, colchonete, pratos, talheres, roupa de cama.

5) Cada delegação deverá trazer também duas bandeiras, sendo uma do município e outra da entidade.


Valores:

Estadia do Camping – Livre (não será cobrada na portaria pela administração do Camping).

Alimentação – R$ 4,00 para refeição.

Certificado –R$ 2,00.

7) Durante o acampamento ocorrerá a 9ª Edição do Concurso Pérola Negra Região Sul/RS, Escolha da Musa do Acampamento e do Mais Belo e Criativo Traje Afro.

8) Confirmação de presença, envio de listagem e ficha de inscrição (concurso) até 19/03, pelo e-mail kilombomunjolo@yahoo.com.bryanassoafro@hotmail.com aos cuidados de Vera Duarte.



Observação: A AMOPOCUA não se responsabilizará por possíveis perdas de qualquer gênero e não será permitida a utrilização do Galpão Crioulo como alojamento.

Soweto: O bairro mais negro de Johanesburgo

Fonte: Diario Catarinense


Soweto, o bairro mais negro de Johanesburgo, e também o mais cheio de história. Foi lá, na época do Apartheid, que moravam todos os negros; a maior parte em condições subumanas.

Hoje, é praticamente uma cidade, onde podem se avistar boas casas, de alvenaria, casinhas de madeira, trailers e casebres de papelão e pedaços de tábuas. Difícil de acreditar que permanecem em pé. As crianças são lindas e o povo é bastante receptivo aos turistas.

Uma curiosidade: nunca pedem esmola. Querem vender seus produtos, não mendigar. Muito legal este orgulho do povo africano.



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

De um lado, o Carnaval; de outro... a fome total!


Por Maurício Pestana
(Presidente do Conselho Editorial
da revista Raça Brasil)
pestana.raca@escala.com.br


A cultura, em um mundo globalizado, é setor estratégico em vários países. Prova disso são os relatórios do Banco Mundial, indicadores que 7% do PIB do planeta provêm deste produto.

A América Latina e a África, apesar da diversidade cultural que possuem, não somam 4% da movimentação desse mercado em que apenas cinco paises controlam 60% de toda a produção. Somente as empresas de Hollywood possuem 80% das salas de cinemas de todo o planeta. No Brasil, segundo os últimos dados do IBGE, a indústria cultural conta com mais de 269 mil empresas e emprega 1, 4 milhão de pessoas (sem contar a economia informal).

Em um país onde a cultura negra é patente, presente em todos os aspectos, tais como música, culinária, religião, artes visuais, moda, dança, entre outros, torna-se praticamente impossível pensar no Brasil sem reportar à sua influência. E qual a contrapartida econômica que esta contribuição tem dado a nós negros?

Nas vésperas de realizar o maior evento cultural do país, o Carnaval, ressurge a velha história: quando se trata de setores estratégicos e lucrativos, mesmo sendo nós os protagonistas da festa, não levamos a maior parte do bolo. Das grandes escolas de sambas, concentradas principalmente no eixo Rio-São Paulo, a maioria não é mais comandada por famílias negras, como no passado, quando o Carnaval não era um negócio lucrativo dos milhões de dólares dos dias atuais.

Se focalizarmos a cidade onde a cultura negra é soberana - onde mais de 80% de sua população é negra - o retrato será igualmente desolador e a história se repete: os que mais lucram no Carnaval de Salvador não são os negros. Registrado no Guinness Book como a maior festa popular do mundo, o Carnaval soteropolitano, neste ano, tem investimentos astronômicos de empresas que vão de grandes cervejarias à telefonia móvel, passando pelas de cartões de créditos, entre outros gigantes financeiros.

A cobertura jornalística se fará em180 paises, através de 24 jornais (oito internacionais e 17 nacionais) e 37 emissoras de televisão estrangeiras. Estima-se que mais de dois milhões de pessoas circularão durante a festa, (das quais 450 mil são turistas brasileiros e do exterior) , o que gera uma receita de US$ 87.000.000, segundo as Secretarias de Cultura e deTurismo da Bahia (Bahiatursa).

Mas não são necessárias estatísticas para demonstrar a nítida desigualdade!O protagonismo negro apresenta-se maciçamente na outra ponta da economia, a dos trabalhos informais, como cordeiros de blocos, ambulantes de acarajés, picolés, venda de coco na praia, catadores de latinhas, evidências incontestáveis da verdadeira face do Apartheid social e racial existente na principal cidade negra do país.

Em meio a todas essas desigualdades, e depois de muitos protestos dos blocos Afros, algumas ações do governo têm procurado atenuar as disparidades. Uma delas é o programa Ouro Negro, que, no ano passado, distribuiu R$ 3,7 milhões de reais como apoio a 106 blocos de matriz africana, os quais, sem esse auxílio, não teriam condições de sair às ruas.

Outra importante iniciativa é o incentivo ao turismo étnico, com o objetivo de alavancar negócios na comunidade negra, ainda tímida diante do tamanho da desigualdade que, nos dias de hoje, mudaria o verso do poeta Vinicius de Moraes para: "Se o samba nasceu lá na Bahia e se hoje ele é branco na poesia, ele é ..." branco demais também na divisão dos lucros!