Nego Drama

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Divergências sobre presidência e religião marcam preparatória de conferência

Por Juliana Cézar Nunes, colaboradora do blog
e integrante da Comissão de Jornalistas
pela Igualdade Racial do DF (Cojira-DF)



Genebra - Representantes de governos e organizações da sociedade civil trabalham para concluir, até o final de semana, o documento preliminar da Conferência de Revisão de Durban, a ser realizada de 20 a 24 de abril, na sede das Nações Unidas (ONU), em Genebra.


Durante as reuniões do comitê preparatório, as delegações tentarão resolver diversos impasses. Entre eles, a escolha do presidente da conferência. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou a ser cotado para o cargo, mas descartou a possibilitade em virtude de outros compromissos assumidos e em respeito às candidaturas africanas.


O governo do Quênia apresentou o nome do procurador-geral do país. A indicação recebeu uma objeção do relator especial do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre Execuções Arbitrárias, Sumárias ou Extrajudiciais, Philip Alston. Os representantes europeus seguiram a objeção e também fizeram restrição à candidatura queniana.

Esta semana, os países africanos reiteraram a indicação do nome do procurador-geral e solicitaram razões pelas quais fora rejeitado. As negociações prosseguem nos bastidores e transformam os encontros preparatórios em reuniões fechadas. Outro impasse central seria a reivindicação dos países islâmicos para que seja estabelecido no documento base da conferência um parágrafo sobre proteção às religiões. Os europeus são contrários e defendem uma redação que proteja, na verdade, o direito dos indivíduos à religião.

A disputa gira em torno do texto final do parágrafo 11, o qual reconhece com profunda preocupação os estereótipos negativos de religiões que resultam na negação ou ameaça aos direitos de pessoas com elas associadas, e o crescimento global no número de incidentes de intolerância racial ou religiosa”.


Após o 11 de setembro, as comunidades islâmicas passaram a apontar o ressurgimento da difamação religiosa, termo que os Estados Unidos e União Européia consideram inaceitável. “A conferência estava bem adiantada, com as tratativas próximas de um acordo, mas, na quinta-feira, as posições tornaram-se mais difíceis.


Há uma certa resistência, tanto por parte da União Européia quanto por dos grupos de países islâmicos, na aceitação de uma determinada redação que se refira a questão da difamação religiosa e de incitação ao ódio religioso. "É isso que vamos tentar clarear”, afirmou a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevedo, delegada permanente do Brasil em Genebra. De acordo com Azevedo, as delegações pretendem seguir logo para reuniões pequenas e informais sobre temas mais controversos, tais como os mecanismos de segmento da Conferência de Durban, o tráfico de escravos, holocausto e genocídios.


“Esses outros temas eu vejo com mais otimismo quanto ao resultado. O problema maior é a questão religiosa. Há um facilitador russo, que tem a partir de consultas construído um texto. Como o Brasil e os países da América Latina têm posições mais equilibradas e centradas em temas de racismo, nossas posições acabam sendo de compromisso. O Brasil tem participado fazendo a ponte entre extremos”, ressalta a embaixadora.


Para ela, caso os impasses sejam resolvidos, a presença de ministros de Estado na conferência pode ser reforçada. Os países não querem correr o risco dos ministros virem a Genebra para trabalhar a partir de um texto controverso. A tendência, no entanto, é que as delegações cheguem a um consenso, uma vez que temem o insucesso da revisão de Durban.

O fracasso poderia representar a deslegitimação dos mecanismos multilaterais de ação.“Eu reconheço que existem divergências legítimas de visão sobre alguns assuntos que estão em debate nesse processo de revisão de Durban. Para encontrar uma base comum nesses assuntos, necessitamos trabalhar juntos e em boa fé, com as mentes abertas e o pensamento construtivo”, disse a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navanethem Pillay. Segundo Pillay, a luta contra a intolerância deve ser o principal interesse de todos. “O processo de negociação do documento preliminar demonstra que um acordo amplo é possível”, considerou a alta comissária.

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CLÁUDIO RODRIGUES

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Cresce Mobilização para a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial

Montenegro sedia o encontro da Região 1, que abrange a Região Metropolitana, Vales dos Sinos, do Caí, do Paranhana e do Jacuí. Governos Federal, Estadual, Municipal e Sociedade Civil constróem o encontro juntos.

Nos dias 22 e 23 de maio, Porto Alegre sedia a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (II COEPIR) do RS, a qual pretende mobilizar os quilombolas, as comunidades de terreiro, os clubes sociais negros, os mestres de capoeira, os artistas, a juventude, as mulheres, as associações de samba, os núcleos de estudos étnicos, os povos indígenas, as populações ciganas, os palestinos e judeus em solo gaúcho, bem como todos os setores interessados na promoção da igualdade na diversidade.

O foco central da II COEPIR é a análise dos "Avanços, Desafios e Perspectivas da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR)", com prioridade no debate sobre os seguintes temas: Terra, trabalho, educação e saúde.

Segundo a Coordenadora Estadual de Promoção da Igualdade Racial do RS (COPIR/SJDS www.sjds.rs.gov.br), Sátira Machado, o encontro é um divisor de águas. "O diálogo sobre a igualdade racial chega aos lugares mais longíquos do Rio Grande do Sul. São novas vozes, novas lideranças gaúchas emergindo. Mais e mais municípios estão fortalecendo as parcerias com a sociedade civil, nomeando gestores e conselheiros, com o objetivo de impulsionar as políticas públicas de igualdade racial.", destaca.

A II COEPIR é organizada pela Secretaria da Justiça e do Desenvolvimento Social do RS, através do Departamento de Direitos Humanos, em conjunto com a Sociedade Civil. A II COEPIR é precedida da Etapa Regional, conforme calendário: Região 1- Montenegro: 18 de maio; Região 2 - Santa Cruz do Sul: 18 de maio; Região 3 - Caxias do Sul: 8 e 9 de maio; Região 4 - Osório: 14 de maio; Região 5 - Pelotas: 16 de maio; Região 6 - Santana do Livramento: 9 de maio; Região 7 - Santa Rosa: 15 de maio; Região 8 - Santa Maria: 16 de maio; Região 9 - Passo Fundo: 15 de maio.

Alguns municípios realizarão encontros municipais para participar das etapas Regional e Estadual, antecessoras da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (25 a 28 de junho - DF).

As propostas apresentadas na II COEPIR serão incluídas na Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, documento que servirá de subsídio para a construção do Planoi Estadual de Promoção da Igualdade Racial, a ser aderido também pelos municípios gaúchos.

Mais informações através do e-mail:conferenciaigualdaderacialrs@gmail.com
PORTAL DA NEGRITUDE GAÚCHA