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domingo, 24 de julho de 2011

25 de julho Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha


       Nesta segunda-feira, 25 de julho celebramos o Dia da Mulher Afro-latino- americana e Caribenha. Não poderíamos deixar passar esta data, sem parabenizar a todas as mulheres e aqui pontuo todas as educadoras que nesta luta constante e diária, defendem uma educação pública de qualidade.
       As mulheres negras da diáspora africana celebram 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, como símbolo de (re)união e de (re)conhecimento mundial de suas histórias de vida guerreira, combativa e imprescindível à construção de um mundo solidário, multiétnico e pluricultural.
       A escolha da data ocorreu no I Encontro das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana, em 1992. O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha é mais do que uma data comemorativa, representa a luta pelo empoderamento das mulheres negras fora da África.
      No Brasil, as mulheres negras têm, em comum, vidas marcadas pela opressão de gênero, agravadas pelo racismo e pela exploração sexual. Só será possível pensarmos em um mundo novo ou num outro Brasil, quanto as diferenças forem consideradas como riquezas e não utilizadas como sinônimo de inferioridade.
      Deixamos o poema a seguir, como homenagem, temos plena certeza que ainda é pouco, mas que nossa escrita se torne mais um instrumento de reflexão nos 365 dias do ano. O poema  fala um pouco da trajetória dessas mulheres sempre presentes na caminhada para a superação das dificuldades, escrito por Serafina Machado (in Cadernos Negros 29).
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NEGRA
Para Gizelda
Sou mulher
Sou Negra.
Escura como a noite.
Escura como o Nilo, jorrando ondas de negralma.
Fui escrava.
Como mucama limpei o caminho dos meus senhores.
Fui corpo, sangue, orifício para o prazer do outro.
Fui operária, doméstica, lavadeira...
Negrimaculei a alvazia sociedade.
Costurei o rasgo da invisibilidade.
Subi o morro:
Favela de São Jorge.
Lá no alto, fui pássaro... Cantei.
Da África para o mundo
Mostrei minha voz humilhada,
porém, no ritmo do tambor,
forte.
Fui vítima
da minha cor, do meu sexo.
Muitas portas fechadas.
Fui guerreira e acordei
No meio da noite... tiroteios
São Jorge havia liberado o dragão.
Cuspes de fogo tentaram queimar meus sonhos.
Resisti...
Sou mulher
Sou Negra
Sou pobre
Sou história.
Escura como a noite.
Escura como o Nilo, jorrando ondas de
negralma.

Parabéns, Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas!!!


Professora Marielda Medeiros

Marielda B. Medeiros
Departamento Pedagógico / Equipe de Diversidade
Assessoria do Afro Brasileiro e Quilombolas / 5ª CRE / Pelotas 

Um comentário:

Anônimo disse...

A mulher negra traz consigo a forca da mae terra e toda sua sabedoria,paciencia e determinacao.Em seu seio encontramos o alimento e o aconchego,seiva da vida,em seus bracos temos a direcao indicada,para onde ir,com e atraves de seus olhos,vislumbramos o mundo com mais carinho e sensibilidade...salve aquela que e mae do mundo...salve o lado feminino da criacao