Na noite de Páscoa, marcada tradicionalmente por encontros familiares e celebração, o rapper pelotense Leandro Fagundes, conhecido artisticamente como Guido CNR, foi alvo de mais um episódio de violência policial que escancara o racismo institucional ainda presente nas abordagens de segurança pública no país.
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Leandro Fagundes- Guido CNR |
O artista relatou ter sido abordado de forma violenta por agentes da Brigada Militar enquanto se dirigia a uma padaria no bairro Areal, zona leste de Pelotas. Segundo Guido, esta não foi uma ação pontual, tampouco um erro isolado: o mesmo policial envolvido na abordagem já teria protagonizado outros episódios de perseguição direta contra ele.
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Leandro Fagundes- Guido CNR |
“Estava indo na padaria, algo que qualquer cidadão faz, quando fui parado por um policial. Já desceu gritando, com arma em punho. De novo. Já não é a primeira vez que esse mesmo policial me persegue. A abordagem foi completamente desnecessária, humilhante e marcada pelo racismo", relatou o rapper nas redes sociais.
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Leandro Fagundes- Guido CNR |
Figura conhecida na cena cultural de Pelotas, Guido CNR é um artista que há anos denuncia em sua música as violências que atravessam a juventude negra nas periferias. Desta vez, sua arte encontrou um reflexo direto na realidade que ele vive cotidianamente. “Não foi uma abordagem. Foi uma ameaça. Foi abuso de autoridade. Foi racismo”, declarou.
O Movimento Negro de Pelotas repudia veementemente mais esse episódio de brutalidade policial e reforça: não acreditamos mais na falácia do “caso isolado” quando a violência estatal continua tendo cor, CEP e destino certo. O que Guido CNR viveu é parte de um padrão estrutural que transforma a simples ida a uma padaria em um risco de vida para homens negros.
Além disso, o fato de haver recorrência na ação do mesmo agente da Brigada Militar contra o mesmo cidadão é alarmante e merece investigação urgente. Quando a perseguição se repete e o Estado se cala, estamos diante de uma estrutura de poder que legitima o abuso e desumaniza seus alvos.
Exigimos que o comando da Brigada Militar se manifeste publicamente, que o Ministério Público atue com celeridade e que o caso seja apurado com a seriedade que exige. Também nos perguntamos: quantos outros “Guido CNRs” seguem sendo perseguidos, agredidos, silenciados em Pelotas?
Este episódio não pode cair no esquecimento. Guido CNR não está sozinho. Sua voz ecoa a de muitos. E seguiremos juntos, denunciando, organizando e lutando por justiça.
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